É tudo nesta vida uma proeza,
uma dádiva de não sei quem,
que ninguém sabe d'onde vem,
que ninguém admite ter beleza .
É assaz tedioso - óh vil nobreza -,
Ver-vos escondertes neste sonhar,
onde distante, na lua a se banhar,
prende-se na mais pura tristeza.
Como tantas outras - perdidas e nuas -
se vai a princesa enjaular-se, enfim,
no seio das tuas lámurias, como jasmim
a esconder-se nos medos das glórias suas.
Enquando muitas pessoas se vão presas.
E tantas outras se vão livre-soltando.
E muitas outras sentindo-se indefesas,
Outras, tantas outras já se vão chorando.
E recôndita nas estranhezas d'uma solidão
encontrará um céu azul nublado escuro,
encontrará também corpo vázio e puro,
cheio de esperanças, cheio cheio de ilusão.
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