março 19, 2011

As cores

A alvorada restaurou-se, enfim,
na calada doentia e indistinta.
Via tudo, e em tudo havia tinta.
Via cores, que só não haviam em mim.

Sentia-me desbotado, e incolor.
Um passageiro sem passagem,
vagando entre a paisagem
que revelava tudo, só não cor.

Desbotei-me. E o mundo passou.
Quais cores haveria de pintar,
se de tintas era eu desconhecido?

O mundo de tintas me impressionou.
O mundo passou e parecia desbotar?
Ou passei eu no mundo despercebido?