dezembro 31, 2011

Minhas Promessas

O Sol sua jornada terminou,
dias infindáveis passaram,
noites agradáveis acabaram.
O ano, finalmente, passou.

Deste só restam agora promessas,
das quais muitas se perderão.
Mudanças, quem sabem, virão,
quem sabe, baniremos às pressas.

Promessa, promessa, promessa...
Alguém, talvez, vá delas atrás.
Eu, porém, fico com o presente,

que tão somente a mim interessa.
Prometo apenas uma coisa, aliás...
Serei eu, e, talvez, eu somente.

abril 12, 2011

Quem sou eu?

Quem sou eu, eu sou quem?
O universo me transpassa,
e eu aqui estou sem raça,
sem cor, credo, tão sem.

Quem sou eu, eu sou quem?
Pareço-me com cada um,
entretanto não sou nenhum,
não sou, não sou ninguém.

Quem sou eu, eu quem sou?
Um joão ninguém, um josé?
O divino, o belo, o cifé?

Quem sou eu, quem estou?
Serei aquilo que chamam fé?
Não sou, apenas não sou.

março 19, 2011

As cores

A alvorada restaurou-se, enfim,
na calada doentia e indistinta.
Via tudo, e em tudo havia tinta.
Via cores, que só não haviam em mim.

Sentia-me desbotado, e incolor.
Um passageiro sem passagem,
vagando entre a paisagem
que revelava tudo, só não cor.

Desbotei-me. E o mundo passou.
Quais cores haveria de pintar,
se de tintas era eu desconhecido?

O mundo de tintas me impressionou.
O mundo passou e parecia desbotar?
Ou passei eu no mundo despercebido?