março 14, 2012

Vaidade

Desboto em minha ignóbil vaidade,
propenso ao mal que me venera.
Vaidade, minh'alma calma te espera,
eu, entretanto, não sinto saudade.

Enquanto tudo em mim te clama,
meu engenho, pueril e confuso,
fecha-se em si, e deixa obtuso
todo pensamento, toda chama.

Por que simplesmente não me toma?
Não emerge em meus complexos ufanos,
corroendo toda virtude que me soma?

Ou não deixa-me na paz dos enganos?
Vaidade, esse mal que me carcoma
é teu, como são teus os meus anos.