agosto 20, 2012

Da noite que vai embora num trago

Acendo um cigarro, e com rancor o trago,
Trago também o mistério da escuridão.
Solidão que brota de meu perdido afago...
Apago tudo, tudo afago, toda perdição.

Outra noite, ou apenas outra desilusão;
Quão eterna é a escuridão da eternidade,
saudade, saudade, saudade: saudação
coração escuro sob lúgubre claridade.

São as luzes da cidade: noite e ausência.
Aquiescência que move a neutra visão:
Oração é? É pensamento, é demência?

Ausência, ausência, ausência: é escuridão.
Ilusão de uma noite quente. Paciência!
Leniência à noite perdida na solidão!