fevereiro 25, 2009

Carnival

Desce a purpurina com o vento!
Ecoa - como desejo canibal -
a festa da carne - o carnaval -
onde o sangue canta portento.

Um gosto pueril de sofrimento,
na letra triste do triste poeta!
Que canção de protesto inquieta
Alegra o povo do seu tormento.

E como que em encantamento:
sorriso, beijo, alegria, felicidade,
compõem os versos de alento

Que percorrem - com sagacidade -
as passarelas do contentamento
Dessa inércia dessa festividade.

Putanheiro

Escarlate lume do lar tolerância,
Em que a boca peca por rejeitar-me!
Eu, que ávido de amor, fiz jurar-me
Beijar bocas que procuram distância.

Quando em minha direção caminha
Nua, co'o vento ao corpo tocar-lhe,
A luz afavelmente a apalpar-lhe...
Consumo-lha, desejando a bainha.

Com violência tomo-lha inteira,
Sinto o ódio sugar-me à greta!
Perco-me, enquanto a “guerreira”

Dá-me na boca tua lânguida teta!
E vamos nos envolvendo nesta esteira...
Eis a vida do putanheiro e da ninfeta.