julho 05, 2009

Engano

Tenras flores do casto engano,
Que assolaram o bem que mo continha!
A vós não sabida é a ventura minha:
Se viver ditoso, se viver ufano.

Nos eflúvios que se me estranho,
verte um delírio de inconstância,
adonde me aproxima a distância,
do afastado bem-viver que acompanho.

Bem do meu viver é tolerância!
Que mal algum, que se me atente,
alcança o céu meu de inconstância!

E viver-se neste jardim latente,
é buscar no engano a pura ânsia
De no mal comum viver contente.

julho 02, 2009

Evolução.

Eis que o mundo disse: evolução!
Ao tempo em que seres devassos
surgiram marcando seus passos,
lamentando a falsa explicação.

Eis que são árvores infrutíferas!
Humanos, demasiado humanos...
para suportarem aos ufanos
anseios das jornadas letíferas.

Crianças acéfalas! Da sapiência
esquecidas, cujo saber escuro
trouxe-lhes ao mar de ausência

Onde criou-se-lhes um vasto muro,
de falsas idéias, falsa permanência
aparente passado, ilusório futuro.