janeiro 17, 2010

A busca

De tudo no mundo fui buscar,
da brandura quente do verão,
a ternura que há na imensidão,
para a ti, meu amor, comparar.

No canto sutil do bem-te-vi,
que soa breve à natureza,
em toda a sua estranheza,
a tua voz lúdica percebi.

Corri ao extremo oriente,
e o nascer do sol aguardei,
pois foi lá que espreitei
teu riso resplandecente.

No chão da Tailândia achei,
o rubi de mais bela cor,
e foi nele, com muito ardor,
que teus lábios lapidei.

Não pude, porém, encontrar,
quer no tudo, quer no nada,
a beleza que há aprisionada,
no teu, amor, castanho olhar.