maio 21, 2008

Meu Segredo

Vou lhe contar um segredo,
mas vou dizer-lhe ao ouvido!
Pois é bem mais entendido,
num sussurrar com enredo;

Num sussurrar com vontade,
onde o sopro cria arrepio,
e a voz, como que porfio,
na alma encontra saudade.

E vou dizendo-lha devagar,
palavras, das mais emoções,
doces encantos e ostentações,
para meu segredo bem guardar;

De bom grado, farei arranjo,
com arpejos e sonatas,
e com palavras ingratas,
farei-te uma música no banjo.

E solarei-te para tu ouvir,
Enquanto ouves a declaração,
o meu segredo, minha canção...
meu híbrido e incolor sentir.

Sinto-lha mente está a sumir,
posso sentir vossa mão suar,
sua voz, arfada, falhar,
vosso ouvido a tudo consumir.

Conto-te meu segredo e arquejo,
meu corpo sinto tremer inteiro!
Meu segredo, confesso, sorrateiro:
É que passei pra lhe deixar um beijo.

[...]
[Em continuação... E em silêncio]
[Solitário o amante propala os seguintes dizeres:]

Contudo, em silêncio muito mais falo!
Falo a mim e a minha solidão, sem querer,
Falo, pois meu amor não ouvir-me-á dizer,
De meu amor, pois aos ouvidos dela calo.

[Assim falo:]
O verdadeiro segredo, por que lhe chamo,
conto em teus ouvidos com grande temor!
Contar-te-ei, com coração em palor,
que és tu a única pessoa a quem amo.

maio 20, 2008

Uma ilusão sem fim

É tudo nesta vida uma proeza,
uma dádiva de não sei quem,
que ninguém sabe d'onde vem,
que ninguém admite ter beleza .

É assaz tedioso - óh vil nobreza -,
Ver-vos escondertes neste sonhar,
onde distante, na lua a se banhar,
prende-se na mais pura tristeza.

Como tantas outras - perdidas e nuas -
se vai a princesa enjaular-se, enfim,
no seio das tuas lámurias, como jasmim
a esconder-se nos medos das glórias suas.

Enquando muitas pessoas se vão presas.
E tantas outras se vão livre-soltando.
E muitas outras sentindo-se indefesas,
Outras, tantas outras já se vão chorando.

E recôndita nas estranhezas d'uma solidão
encontrará um céu azul nublado escuro,
encontrará também corpo vázio e puro,
cheio de esperanças, cheio cheio de ilusão.

Um triste primeiro dia de abril.

Ela havia voltado.
Alguém lhe dissera.
A mente se desespera,
já muito atordoado.

Era a luz no caminho,
num escuro deserto...
Era um puro vinho,
que lhe estava aberto.

- Onde. Pergunta-se ele.
Queria tão logo esse ardor.
Os olhos buscavam nele,
aquele beijo despertador.

E já não se bastava...
Era todo em si contente,
sua alma que vagava,
veio-lhe de presente.

Um sorriso lhe fulgiu...
o rosto se molhava,
a mão que já se atava,
os lábios consumiu.

Num frénetico riso,
a notícia lhe aparece,
mais forte que uma prece,
e tão vil quanto um aviso.

E como se lhe rancassem o siso,
A dor no coração lhe afligiu:
não era sua amada naquele piso,
é apenas o primeiro dia de abril;

Um primeiro de abril.

Poderia dizer mil coisas lindas,
coisas das quais jamais se falava.
Falar-te-ia que vos não escutava,
e que todas as palavras são findas.

Ela lhe saciava... e ele: ah! amável.
Diziam-se: nós somos almas identicas,
Que em cada forma são excentricas,
e para cada beijo é lúdico e afável.

Ah! com que beleza invejavam aquele amor,
Com que vontade transformavam lago em rio...
Eram amantes, e qualquer um sentia sabor.

Mas, o passo do amor é fantastico, é ardil,
É como uma verdadeira mentira, um beijo frio...
E o tal amor é a vida eterna n'um 1º de abril.

Um silêncio.

Um dia quando calada estava a solidão,
Perguntou-lhe o silêncio da sua quietude,
Disse-lhe a solidão: encontro aqui plenitude,
Pensou o silêncio: é o quarto da emoção.

O silêncio, ainda inquieto, não exitou em perguntar:
- Solidão, passageira e motorista, qual sua jornada?
A solidão, em sua tristeza, responde ainda atordoada:
É caminhar sozinha, atrás do silêncio que esta a falar.

O silêncio, no auge de sua pertubação, indaga a pobre:
O que fazes tanto solidão, neste escuro que te cingi?
A solidão - abatida com sua imaginaria atitude nobre,

Cala-se, ao silêncio, enquanto um bobo sono fingi,
Não resisti e, diz, naquela sua irritação redobre:
Faço tudo, quando o tempo seu alvo ferido atingi.

À inesquecível Florbela...

Florbela, Bela Flor adormecida!
Dorme, anjo, enquanto lhe vejo.
Aqui, em sua solidão, seu pejo,
Onde não será nunca esquecida.

Dorme. Tudo não passa de desventura;
Dorme, alteza, esqueças sua tristeza,
Já preenchida de ilusão e de frieza,
Para que a esperança lhe de ternura.

Quando tudo for completo por amor,
Lhe chamo. Agora durma, pois esqueço
Estar admirando vossa beleza e dor!

Enquanto lhe vejo, muito agradeço,
Por ter a gloriosa chance de repor,
Em versos, toda paixão e apreço.

Valquíria

Formaram os seres seus quebra-cabeças;
Em teias longas de petálas azuis e verdes,
Peças singulares de incomunicáveis redes,
dispondo Odin para que em peito teças.

Em Asgard, a deidade, antes que anoiteça,
deixa seu leito a procura do prazer lascivo...
Em busca de emoções, num furor altivo,
foge no silêncio para que a alma padeça.

Em midgard, junto a seus pesados passos,
busca juntar, atordoada, as faltosas peças.
Continua, a valquiria, a caminhar à Jotunheim,

Perdida pelas lágrimas de desventuras e encalços;
Na Solidão, nas juras de amor e falsas promesas,
Vê seu o único caminho no gélido inferno de Niflheim.

Distante dos sonhos

Aqui, nesta cidade, és meus olhos e meus frisos...
Neste recanto onde as aves tardam a voar,
Onde tudo que passa, deslembra de passar,
Onde não há dia, sem vossos púdicos sorrisos.

Marés de pensamentos brotam com o orvalho,
constantes e elevados tal qual vossa sapiência,
moderado - nos recôncavos da mente - a prudência,
louvável - nas entranhas do corpo - o atalho.

E - nobre realeza, esculpida na alva ternura,
que do mádido rosto sorrisos breve cultivo -,
suas lembranças castigam o peito altivo,
n'outros olhos reflexo d'um ilusória loucura.

Proteja - Estrela luzente do norte - este miserável,
Em suas lidas e seus brandos regozijar de saudade,
cujo destino é estar longe do que lhe é prosperidade,
cuja vida é sentir-se em fogo ardil de tristeza afável.

A chuva. Lira III.

Lira III

Ouve-se barulho da chuva e poças!
Como cacos e mais cacos a se chocar,
Turbilhões de sentimento, fossas...
Amargura em água doce ou em mar!
A chuva ainda é fria e dolorosa.
A alma em sua tristeza a queimar!
Um fogo escoando em água amistosa...
Um sonhar, que nunca será um sonhar.

Corrosões na terra, a água a explodir.
O céu cinza é o escudo do temor.
A tempestade, violência e dor a cuspir,
Nestes seres sem piedade e emoção,
Uma demência vem do céu, sem intenção,
Para punir os animais na incursão
Que fizeram aos terrenos da imaginação...
Quando ainda havia neles algum pudor.

Continua a chuva... Chuva branda,
Num céu sem esperanças, cujo valor,
Ainda que perfumado com lavanda,
Só pode ser sentido na ausência!
Quando da chuva tudo for torpor,
Existirá a ausência, e não existência.
A chuva demonstrará o tal valor...
Que jamais foi sentido com calor.

A chuva molha os sapatos velhos!
Os velhos males da sociedade molhados,
Molhados estão também os espelhos,
Que refletem as vidas animais, culpados.
Destes que da chuva não podem sentir.
Os que esquecem dos seus dos fados,
Esquecem que a chuva é para ouvir,
São sentimentos para ser capturados.

É a chuva o começo, o meio e o fim!
É o pesar, a alegria, a tristeza e a sorte!
É um lago de amenidade e jasmim...
Coberto por flores de emoções.
É a chuva até a vida e a morte,
Um complexo de sonhos e sensações,
Que nascem no céu bem ao norte,
E permanece para expurgar a alma forte.

A chuva. Lira II.

Lira II

Sinto a tristeza encher o ambiente
Com seu vento gélido e sufocante,
É como se faltasse calor da gente,
É como se não houvesse coração,
As batidas seriam perdidas no som,
E o ambiente triste e de ilusão,
Seria apenas mais um típico lugar bom
Onde não existiria nenhum amante.

A janela continua embaçada.
Tudo continua embaçado e sem vida,
A tristeza continua abafada
Nas conjunturas dos que estão perdidos,
Os maus augúrios avisam da sorte
E dos sentimentos que estão proibidos,
E avisam aos - sob pena de morte -
Tristes: cure cada qual sua ferida.

O olho foca o horizonte ao longe,
Como se buscasse lá seu tesouro,
E como que - em pensamento - um monge,
Medita com o infinito azulado,
Onde as gotas provocam um sentimento,
Uma sensação de estar abandonado,
Mas é apenas a chuva em seu contento,
Reluzindo em sua chegada, qual ouro.

Sopra o vento gélido, que junto chega,
E já abastece de devassidão o ambiente,
Nas bastasse o corsário que só alega,
Em sua confusão, que tudo está em perdição,
O vento sussurra, para dentro das almas,
Uma dor pesada, como se fosse uma maldição,
Para que todos, para além de suas palmas,
Carreguem o pesar de estar demasiado contente.

A chuva inunda todo o escuro chão.
As flores orvalhadas transbordam beleza!
Tudo se transforma, em vão,
Paradoxalmente em alegria e felicidade,
As flores {que flores} sorriem,
Exalando olências da sua faustividade,
A chuva diz: que todos porfiem,
Pois aqui onde rego só há estranheza.

A chuva. Lira I.

Lira I

Quando é tarde... E longe se
Vê a alma no cinza brotar,
A chuva cai e molha todos
Os pensamentos solitários,
A chuva envolve as árvores
Em tormentos vários,
Fazendo da vida lágrimas
E do céu um rio a chorar.

Folhas cinzas caem daquele bosque,
Onde outrora nasceu o sol
No horizonte palpita a distância
Duma tristeza de saudade;
Torrentes, marés e furacões.
Vinga no peito a dor da piedade
Onde o riso se fez em pranto,
E se fez em tempestade o arrebol.

As trevas cobrem a vista,
A sensação é de pavor e amenidade,
Um frio de calor que abastece
O corpo de muitos sentimentos
O tempo corrompido pelas
Lembranças de espúrios contentamentos;
A alma lavada de dor trazida pela
Chuva que molha com suavidade.

Oh! Tempestade, Oh! Tempestade bela,
Que maldade ser-nos tão efêmera,
Quantos sonhos em ti deposito,
Quanta alma em ti, só em ti, se lava?
Quisera poder ser teu dono,
E você minha serva, minha escrava,
Pois do contrário viverei aqui perdido
Numa ilusão, numa triste quimera.

Aqui ainda fico a pensar nos olhos,
Argênteos, seus e na distância,
Tão breve é sua presença, que mais
A temo, quanto está perto a mim,
Como breves passeios nos parques,
Nos bosques coloridos de jasmim,
Que sua ausência, que já estão
Deslembradas numa triste fragrância.

Não é apenas o colorir do céu, o
Enrubescer das nuvens ou o lauto cinéreo;
Comovente é a precipitação de pensamentos,
Imperfeitas nuances campestres,
A vida como tinta em tela branca sem pincel,
Temas das vivências terrestres,
Lágrimas decaídas, tempestades de sol e
Um perfeito discurso de impropério.

A chuva ainda cai, vejo na janela uma
Tristeza sinuosa com o vento,
É tanto da vida que vai, que tudo
Nos faz perder o ânimo e a vontade,
E na chuva escorrida pela rua desce
Solitária e triste nossa vivacidade
Que se esvaindo foi como um dia, um
Dia chuvosos quais tivemos portento.

Por ti

[Mote]

"Morrer de amor ao pé da boca tua
Desfalecer à pele do seu sorriso
Sufocar de prazer com corpo teu
Trocar tudo por ti se for preciso"

[Poema]

Minha jura será sempre eterna e sua!
Não cessará meus lábios ao teu ouvir,
Pois de paixão hei queimando ao sentir,
Morrer de amor ao pé da boca tua.

Jazido a teus pés no chão sem piso,
Hei-de aqui ficar a consolar-te, amor!
E há-de, no manto do meu lábio indolor,
Desfalecer à pele do seu sorriso.

Quando - amor - beijar-me o lábio meu,
Sentir-se-á afagada pela onda de paixão,
Um fogo ardente que me há-de, como vulcão,
Sufocar de prazer com corpo teu.

E o mundo perder-se-á sem rumo e aviso,
Nas transitórias volições dum eu perdido!
Enquanto cá tudo compro para, co’o cúpido,
Trocar ‘tudo’ por ti se for preciso.

O verbo na pessoa errada.

Quisera poder eu antigos verbos conjugar!
Enquanto tudo vai perdendo as conjunções,
Já são tamanhas as vírgulas e travessões,
Que o sujeito abstrato tornou-se a concretar.

Já são tantas as pessoas deste infinito singular,
Que ela, eu e você estamos no mesmo tempo,
E sejam quais forem os pronomes de tratamento,
Nunca haverá mais-que-perfeito, nem combinar.

Tamanha é a nossa desavença de concordância,
Verbal e nominal, dessa oração, que esquecemos
Verbos do plural no singular, em abundância;

Conjugamos o verbo na pessoa errada e entendemos,
Que verbo de uma pessoa só é conjugado na distância,
Pois, eu conjugo você, num tempo que não temos.

Erro meu. Parte III.

Tantos erros cometemos nesta vida!
Tanta vida se perde por medo e abuso!
Hoje sei que sou pra ti um mero intruso,
Em sua mente, uma lembrança esquecida.

Todos os erros e acertos não valem nada?
Tudo - agora - parece ter sido em vão,
Não sei se é só em mim esta triste ilusão,
mas sei que em mim existe você aprisionada.

Não errei em tê-la guardado dentro de mim,
Mas em deixá-la ir para longe de meus braços,
Para longe de meus campos floridos de jasmim,

Onde não havia mãos, olhos, beijos e abraços!
Onde meu erro e meu orgulho encontraram fim!
O fim que hoje tenho distante dos nossos laços.

Erro meu. Parte II.

Hei de acordar, uma dia, arrependido,
por haver perdido um alguém sem igual!
Este arrependimento será tão colossal
Que hei de preferir me ter esquecido.

Tão triste é errar. Maior tristeza
Só se encontra no orgulho ingrato,
no sentimento de dor e de medo inato,
Que quanto mais cultiva, menos preza.

De erros e erros o mal foi forjando piedade!
A alma despedaçou e os sorrisos feneceram;
E ela indo ao longe para a terra da saudade.

Onde meus olhos choravam a lembrança que se perdeu.
E outras muitas, que regadas pela solidão floreceram
No sentimento que restou: o remorso do erro meu.

Erro meu. Parte I.

Quanto a vida perdemos por meras distrações?
Quantos sentimentos em nós se vão esquecidos,
e ainda sim, aqui neste reino, estão perdidos,
estes seres que não sabe viver sem confusões.

Quanto, penso eu, de mim tenho dispersado?
Quantos erros são precisos para ter razão?
Quantas lágrimas carecem um solitário coração?
Quanto tempo ao amor haverei depositado?

[há sonhar]
Quisera eu poder mudar todas as andanças.
Poder velar nossa distância, enquanto berro
De dor por todas as lágrimas e esquivanças.

[E dizer-te:]
De todas as coisas que me tornam um perro,
das tristes e das felizes, das lembranças,
você foi a única, a única que não é um erro.

A flor

Um dia, quando a flor saiu do ninho,
chorou por não ter do sol companhia,
Sentiu uma latente dor, uma porfia,
Pois o sol sempre esteve sozinho.

Sozinho andava de leste a oeste,
O sol em seu caminho natural,
Tão triste era seu fado habitual,
que não havia preço à sua peste.

A flor de solitária e triste fez união,
pediu ao sol sua luz em troca deu,
quando ele quisesse, por gratidão,

deu compania e o mais aconteceu,
a flor deu ao sol mais que atenção,
deu sentido para todo o brilhar seu.

Ser angelical

Aparece, enfim, o ser angelical...
tanto cheio ternura que desaba,
um céu escuro que nunca acaba,
de um ser que jamais será laical.

Soube-se, por outras línguas, amargas,
Que o anjo não só se afasta da ilusão,
Quanto procura - em sua sutil ambição,
Achar o dono de suas pesadas cargas.

É tão proficiente em sua busca sagaz,
Que tão longe vai e tão perto encontra,
Tudo quanto busca em sua prisão fugaz,

Nesta vida - onde tudo é um singelo mantra,
De viver bem em busca da felicidade e união -,
Onde tudo se encontra nas batidas do coração.

Por medo

Tantas coisas passam, por causa de medo,
como se um fardo fosse, uma consequência,
Uma devassidão, uma estranha demência,
Uma vida sem alma, um viver sem enredo.

Por medo, deixamos de sentir, por medo,
Preferimos chorar, a sentir um amor no coração,
Preferimos até o escuro caminho da solidão,
A falarmos as vezes esse nosso segredo.

Por medo, tudo continua um página em branco,
Por medo, somos forçados a viver na escuridão,
Por medo, o amor nos torna inuteis e sem valor,

Por medo, as lagrimas brotam na solidão do banco,
Por medo, o banco é acento de apenas um truão,
Por medo, não existe amor aos que não querem dor.

Infinito dentro de mim. Parte 7: Consternação.

Ouvira-se um uivo de solidão latente e feroz.
Na fragrância – columbina a chorar – dum fel,
Qual cantava, sórdida e tristonha, para Abel,
Seus choros de amargura e de empáfia atroz.

Suplicou – no enredo do triste samba a tocar –
Ao flecheiro, que ouvindo a dolência, resistiu,
Mas como ser amante, uma flecha permitiu,
Àquela alma solitária e medonha, atravessar.

Alma ferida. Sangue ardente correndo o prado,
Gritava – Columbina num furor – ao triste fim,
Enquanto corria para seu destino cruel e alado,

Destino de viver de consternação, sem seu sim,
Um caminho qual estava transcrito em seu fado,
Caminho lagrimoso no infinito dentro de mim.