fevereiro 16, 2008

Crepúsculo

Do que foi escuro se fez alto e claro,
Raios em torrentes d'uma imensidão,
Das brisas gélidas se fez agitação,
Do que se foi escondido agora é raro.

Em amalgamento de cores se fez beleza,
Nas matizes eufóricas d'um verão aturdido,
No inverno o sentimento era confundido,
Entre a calmaria do palor e da estranheza.

E no horizonte se via o paradoxo natural,
A vida perder seus dias, perder sua cor,
Numa esfera de desejo alanranjado fulgural,

Num quê de tormento azul e sem calor,
No complexo do ínicio e do fim escultural,
Que o crepúsculo dava ao dia sem sabor.

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