"E ser-se novo é ter-se o Paraíso
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!" (Florbela Espanca)
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Que saudade! Que vida sofrida.
Ser-se novo é ter-se o mundo
É ter-se o encanto de uma vida.
E tão logo, logo me confundo
Se vivo muito, muito vivo contente!
Se morro, não choro, sou infecundo.
- A vida é bela, diz o confitente
E sorri alegremente por descobrir
Que é também um expoente.
E a vida é um grandioso sorrir!
Uma valsa de três notas em harmônia...
Uma diz nasça, outra viva pra sentir...
A última nota é ponto. A extrema algia!
Mas só vivendo é que se aprende
A dar importância à vida, à alegria.
E chora a carola, tão mais fremente
Do que chora a criança recém-nascida
Aquela por conhecer, um incidente...
Um incidente que chamamos partida...
E esta chora, junto à mãe, por conhecer
O incidente a que chamamos vida.
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