abril 19, 2008

Infinito dentro de mim. Parte 3: Cólera.

Ferido – o arlequim – subjugava a dolência.
Chovia daqueles olhos lágrimas escarlates,
Cuja alma dominava a dor, nos embates,
Mas não a cólera da ruinosa permanência.

Fugiu e no caminho lindeiro da ira e torpor,
Sentira a mágoa, no sentimento de perdição,
Embora dormente estivesse ao caos-solidão,
Embora continuasse vivo seu lívido ardor.

Atirou-se – o arlequim – sobre o érebo seu.
Não lhe havia Arcádia – pensou ad amusim,
Soçobrado o pilar, qual ruiu e frágil cedeu,

À toda sua maldição abastecida de mordexim,
Cuja obra – aos berros delirantes – se rendeu,
Aos insanáveis danos do infinito dentro de mim.

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