Esse amor súbito e desvairado,
que promete desejo e vaidade
que causa sobrosso e saudade,,
e é querer perto o sonho amado.
É amor que não nasce, aparece
que nunca desenvolve, surge
que nunca substancia, urge
que nunca desbrava, floresce.
É amor de radiação terminal
que é pura chama da cama
incendiaria, que voa o banal
nas imprudências de quem ama
não conhecer esse amor frugal
que não dura a eterna semana!
Universo Solipsista
"A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre.
maio 05, 2024
abril 30, 2022
Soneto do Amor Infindo
Amo-te tanto, e tanto e tanto
Que sinto e muito sem dizer.
E digo, quedado em pranto,
Que amo, amor, com prazer.
Porque amar-te é guerra,
que travo cedo e tão logo
em abrolhos de minha terra,
na quimera que é teu jogo!
Amo-te tanto e intensamente,
Que chega a doer-me a mente;
de pensar além do benfazejo;
Pois é tudo quanto amo presente,
e tudo quanto quero um desejo...
de amar-te hoje eternamente!
Que sinto e muito sem dizer.
E digo, quedado em pranto,
Que amo, amor, com prazer.
Porque amar-te é guerra,
que travo cedo e tão logo
em abrolhos de minha terra,
na quimera que é teu jogo!
Amo-te tanto e intensamente,
Que chega a doer-me a mente;
de pensar além do benfazejo;
Pois é tudo quanto amo presente,
e tudo quanto quero um desejo...
de amar-te hoje eternamente!
março 29, 2021
A partida
Eis que a primeira partiu
e ninguém chorou a dimensão
daquele ato isolado e bufão
que inaugurou e sumiu!
e ninguém chorou a dimensão
daquele ato isolado e bufão
que inaugurou e sumiu!
Eis que dez mil partiram
e poucos e poucos e poucos
sentiram a dor dos outros
Poucos, bem poucos sentiram.
Eis que cem mil amargaram
e alguns ousaram inconstância
enquanto pairava ignorância...
e incompetências reinavam!
e alguns ousaram inconstância
enquanto pairava ignorância...
e incompetências reinavam!
Eis que trezentos apagaram
trezentos mil... “paciência”
“Deus é quem dará a regência”
No terceiro dia, só abafaram!
trezentos mil... “paciência”
“Deus é quem dará a regência”
No terceiro dia, só abafaram!
Eis que então alguém gritou
e no alto de sua pura razão
mirou o genocídio do capitão
que ria do barco que virou!
e no alto de sua pura razão
mirou o genocídio do capitão
que ria do barco que virou!
Dessa forma nasceu a tragédia,
Num dia claro, de noite quente
num dia amargo pra toda gente
Sem recado e sem comédia!
Num dia claro, de noite quente
num dia amargo pra toda gente
Sem recado e sem comédia!
No fim, um partiu, e partiram!
Se partiram e partiram o céu,
e durante a noite fria de Abel
ninguém agiu e todos morreram.
Se partiram e partiram o céu,
e durante a noite fria de Abel
ninguém agiu e todos morreram.
No terceiro dia
Ninguém prometeu salvação,
nem privou a vida dos infiéis,
enquanto ruía o céu em papéis
de consolo, dor e lamentação.
nem privou a vida dos infiéis,
enquanto ruía o céu em papéis
de consolo, dor e lamentação.
As valas sendo plantadas
em árvores de futurologia
e ninguém mais respondia
às vidas caídas e passadas!
Quem não esperou o terceiro
Ou, quem sabe, o sétimo dia,
Ou o sétimo selo, ou coveiro...
Ou, quem sabe, o sétimo dia,
Ou o sétimo selo, ou coveiro...
Ou astros da nova picardia
das suposições metafísicas
das invenções metaquânticas.
das suposições metafísicas
das invenções metaquânticas.
outubro 09, 2020
Viver
Espalha-se pela relva o odor,
a opulência, a inanimação
do que jamais fez-se ação,
no relativismo vil e incolor.
Há-de se falar em gustação,
da servil juventude decaída,
cuja morte é serva da vida,
e a vida é retalho-extinção!
Gustação que não há, Adão!
É tudo perversão indevida,
castigo ao bondoso-coração,
pretérito verbo sem saída,
para além da mera negação
do “não-deve” viver a vida!
Velório
No negrume terror da solução,
Uns riem outros tantos a chorar,
Varridos pelo doril instaurar
Da intempestiva escuridão.
Os ponteiros já desgastados
Pelas lamúrias bem reunidas,
Daqueles que em suas vidas
Estão pelo termo soçobrados.
Quiséramos calcular a razão
Daquilo que sem razão existe,
Pois o tempo em si persiste,
Uns riem outros tantos a chorar,
Varridos pelo doril instaurar
Da intempestiva escuridão.
Os ponteiros já desgastados
Pelas lamúrias bem reunidas,
Daqueles que em suas vidas
Estão pelo termo soçobrados.
Quiséramos calcular a razão
Daquilo que sem razão existe,
Pois o tempo em si persiste,
E não dignifica a sua exclusão
para além de tudo que resiste,
e não se mantém a percepção.
para além de tudo que resiste,
e não se mantém a percepção.
(17/03/2018)
março 15, 2020
Síndrome
Aponta-se o dedo.
A língua, o não sei o quê
de palavras, letras e sons.
Aponta-se a crença,
a resposta desnuda,
o ódio revigorado de fé.
Aponta-se o irracional,
a máscara dos mascarados
de incolor compostura.
Aponta-se tudo sem piedade,
e esquece-se da síndrome
que assola o moderno homem...
A Síndrome moderna
que deita ao lado da criança
e beija a santa mulher...
A Síndrome que escolhe
o pobre nome, o nome...
do pobre... do homem.
A Síndrome que aponta
o sem-rumo, que consome...
A Síndrome da Fome.
A língua, o não sei o quê
de palavras, letras e sons.
Aponta-se a crença,
a resposta desnuda,
o ódio revigorado de fé.
Aponta-se o irracional,
a máscara dos mascarados
de incolor compostura.
Aponta-se tudo sem piedade,
e esquece-se da síndrome
que assola o moderno homem...
A Síndrome moderna
que deita ao lado da criança
e beija a santa mulher...
A Síndrome que escolhe
o pobre nome, o nome...
do pobre... do homem.
A Síndrome que aponta
o sem-rumo, que consome...
A Síndrome da Fome.
julho 07, 2017
Verbo
A quem se dirige todos os verbos,
versos cultos fadados ao silêncio.
Inculto, porém, é o tempo líquido,
que nada vislumbra. Nada teme.
A aurora vítrea reluz a incerteza
daquilo que ninguém preza.
O tempo é líquido, e líquida
a vida que se encerra.
O verbo é tormento, fogo-fátuo!
A quem se dirige? A quem?
O verbo é célula-tronco
que regenera e transforma.
O verbo é perdição!
O verbo é perdição,
do que se perde entre perdas.
O verbo líquido é ignorado,
e na ignorância deixa de ser.
O verbo já não é.
versos cultos fadados ao silêncio.
Inculto, porém, é o tempo líquido,
que nada vislumbra. Nada teme.
A aurora vítrea reluz a incerteza
daquilo que ninguém preza.
O tempo é líquido, e líquida
a vida que se encerra.
O verbo é tormento, fogo-fátuo!
A quem se dirige? A quem?
O verbo é célula-tronco
que regenera e transforma.
O verbo é perdição!
O verbo é perdição,
do que se perde entre perdas.
O verbo líquido é ignorado,
e na ignorância deixa de ser.
O verbo já não é.
fevereiro 17, 2017
setembro 30, 2016
Eu deixei o mundo cair
Eu deixei o mundo cair,
e esperei flores violetas.
Eu deixei a vida resumir
em pregações sem marretas.
Abduzi seres estranhos,
e com eles percorri o nada.
Vivíamos valores tacanhos,
sem rumo, sem vida, sem estrada.
Eu deixei o mundo cair,
e plantei jardins de solidão.
Eu deixei o mundo cair,
e percorri aquela destruição,
apenas para ver-me ruir,
sem mundo, sem flores, sem perdão.setembro 29, 2016
Poderia
Poderia eu estar só e esgotado,
perecendo na solidão da tempestade.
Poderia ter me isolado,
ou poderia ter perdido a sanidade.
Poderia percorrer o mundo inteiro,
viajar a algum inóspito vilarejo.
Poderia esquecer-me marinheiro,
ou viver em guerra de sertanejo.
Poderia recorrer à violência,
deixar-me inútil e inativo.
Absorver a impureza da ciência,
ou privar-me de qualquer consciência.
Poderia até fingir que é tudo tuitivo,
só não poderia fingir que não vivo.setembro 13, 2016
Infinito dentro de mim. Parte 9: Contrectação.
Agouros recriavam a impoluta
sensação
D’uma alma desprendida e
perturbada.
Era amor-objeto, era apenas
ilusão,
Esse infinito perverso em
mente acabada?
Quisera que fosse apenas, e
só, amor,
E que perdida estivesse
qualquer desilusão.
Viveria daquele mar de amor
ou paixão,
E seria amante até que a vida
tomasse cor.
Em solo infértil não nasce
flor, aconselhavam.
Mas ele era completamente a
própria obstinação.
Teria aquele amor, cujos
olhos castigavam,
Inclusive a custo de sua
própria perdição.
Cego de desejo vendeu-se ao
querubim,
pela contrectação do amor
infinito dentro de mim.
Cuiabá-MT - 14/08/15
Infinito dentro de mim. Parte 8: Conluio.
Caíra, sem alma na desilusão
e na tristeza.
Chorara lágrimas, Colombina,
sem amor.
Pierrô já não mais sorria,
era somente furor
Amargura e angustia. Homem da
frieza.
Colombina, princesa das
trevas, se feriu
Com o amor negro de seus
olhos arfantes.
Gritava – com toda voz – aos
amantes
Os uivos que do martírio
carrasco ouviu.
Perdida, chorava à vida
ingrata e cruel.
Fazia das lágrimas
convocações ao querubim,
Para que ele a levasse para
longe do fel...
Propôs um trato – dentro do
medo sem fim,
Propôs entregar alma vossa,
em palavra e papel,
Pelo amor que urgia: "infinito dentro de mim".
(10/10/08 – MG)
setembro 15, 2015
Atlas
Atlas diria, talvez, que não é o peso,
mas o sentimento além dele a tortura.
Carregar o céu pode não ser loucura,
mas não manterá ninguém ileso.
No desabrochar do sentir indefeso,
reagimos ora com pena, ora com dor,
ora simplesmente sem nenhum calor,
ora conformado, ora perdido, ora preso.
Por mais que digam da liquidez,
jaz ali a eternidade num momento.
E quem sabe sentir a sensatez
n'um agudo pesar de ressentimento,
sabe apenas que nada sabe, talvez,
pois desconhece o puro sofrimento.
mas o sentimento além dele a tortura.
Carregar o céu pode não ser loucura,
mas não manterá ninguém ileso.
No desabrochar do sentir indefeso,
reagimos ora com pena, ora com dor,
ora simplesmente sem nenhum calor,
ora conformado, ora perdido, ora preso.
Por mais que digam da liquidez,
jaz ali a eternidade num momento.
E quem sabe sentir a sensatez
n'um agudo pesar de ressentimento,
sabe apenas que nada sabe, talvez,
pois desconhece o puro sofrimento.
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