julho 07, 2017

Verbo

A quem se dirige todos os verbos,
versos cultos fadados ao silêncio.
Inculto, porém, é o tempo líquido,
que nada vislumbra. Nada teme.
A aurora vítrea reluz a incerteza
daquilo que ninguém preza.
O tempo é líquido, e líquida
a vida que se encerra.
O verbo é tormento, fogo-fátuo!
A quem se dirige? A quem?
O verbo é célula-tronco
que regenera e transforma.
O verbo é perdição!
O verbo é perdição,
do que se perde entre perdas.
O verbo líquido é ignorado,
e na ignorância deixa de ser.
O verbo já não é.

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