setembro 10, 2009

Confissão íntima I

Inda verei, no entardecer da mente,
uns vãos pensamentos, um sonho vão,
dizerem-me, em silenciosa erupção,
que do riso triste fez-se o contente.

Quando em triste fado vive e sente,
ama e chora, queima e se contenta,
perde-se numas esquinas e lamenta,
o bem perdido que se faz ausente;

E tem-se o bem, que n'alma vagueia,
que é puríssimo verso de saudade
esculpidos no semblante da areia;

Por que no olhar vago e penitente,
só se vê, como candura e fieldade,
amor para com ela, e a ela somente.

Nenhum comentário: