novembro 09, 2008

Insanidade.

Minhas palavras se esvaem quando escrevo,
Se perdem na aurora do pensamento mesto!
E quanto mais me perco, mais me atesto,
Que quanto menos possuo-lha, mais devo.

Se me atrevo - oh! irônia - em pensar
O quão doce é teu lábio, e minha saudade.
Me engano, pois é doce a tua lenidade
Que beija-me, sem ao menos mo beijar.

Tamanha - oh! tragédia - é a ingenuidade
Que quanto mais me atrevo, menos sinto!
E quanto mais quero menos tenho! Adversidade...

Vivo - sem ao menos viver - num labirinto!
Beijo-te, toco-te, pinto-te! Pura insanidade!
Pois só em sonho lhe beijo, ouço e pinto.

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