novembro 05, 2008

Beijo Roubado

Exalto-me! Perpétuo aviltamento?
És chama fria, és perturbação...
Que efígie é a tua, que salvação?
Para que te tornaste sentimento?

Tamanha - pensava - fora a ousadia
De louvar-se pelo pecado alheio...
Tomado pelo pudor pueril, receio,
Sorvi-me-lhe do desdém a galhardia.

Roubaste, Senhora, com arrogância...
O que meu lábio nunca lha daria.
Roubou-me um beijo de inquietância.

Roubaste para si, com que cobardia,
Um único beijo, pura insignificância!
Pois, tudo o mais tu não mo roubaria.

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