abril 24, 2012

Nada

Que olhos são estes os teus perturbadores,
Pecaminosos, incompletos e sem devoção.
São olhos de quem sempre perde razão,
Olhos de quem não vê o mundo de cores.

Tua vista é rasa, sem nenhum prendimento,
Aterrissa na cova d’um mundo ilusório;
Olhos de quem não vê, não faz repositório
Da beleza profícua do ímpar contentamento.

Teu mundo é parco, tua lua é minguada,
Teus dias é remar contra a desilusão,
E buscar nos espinhos alguma satisfação,

Para a dor que em teu peito encontra morada.
Contudo teus olhos não lhe mostram direção,
Pois tudo o que vê é o tudo do seu nada.

Nenhum comentário: