janeiro 22, 2009

Palácio da Saudade

Palácio em que perdidas almas choram,
Sob o sepulcro mádido do esquecimento.
Piso insípido de oração e sacramento,
Lágrimas frias em quentes olhos afloram.

Esculturas clássicas descrevem o fado;
Vê-se tormenta em esculpida alegoria;
Medo de quem chora, riso de quem ria,
Ouve-se a fala de quem se há calado.

Paredes pintadas de descontentamento,
Que choro não há que se faça em riso;
Poder, argúcia, ópio ou autoridade

Que purgue o palacete do tormento...
É tudo uma lágrima a cair, um aviso
De uns sorumbáticos olhos de saudade.

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