Se em teus lábios os meus estacionam...
No vibrar dos céus, em que padeço...
Perco-me, enquanto sonhos desmoronam,
Ao mesmo tempo que alegro e entristeço.
Vago no tempo em que me anoiteço,
Da pureza dum beijo de dualidade...
Se me pego a beijar a tua mocidade
estou morto! Pois é tudo que careço.
E se me vingo da morte em teu beijar...
Meu caminho tornar-se-á sem norte,
Pois dois rios se hão de encontrar...
Mas tamanha - sina dorida - é a sorte
Que se beijo, morro pelo rio da vida...
Se não beijo, morro pelo rio da morte.
janeiro 23, 2009
janeiro 22, 2009
Palácio da Saudade
Palácio em que perdidas almas choram,
Sob o sepulcro mádido do esquecimento.
Piso insípido de oração e sacramento,
Lágrimas frias em quentes olhos afloram.
Esculturas clássicas descrevem o fado;
Vê-se tormenta em esculpida alegoria;
Medo de quem chora, riso de quem ria,
Ouve-se a fala de quem se há calado.
Paredes pintadas de descontentamento,
Que choro não há que se faça em riso;
Poder, argúcia, ópio ou autoridade
Que purgue o palacete do tormento...
É tudo uma lágrima a cair, um aviso
De uns sorumbáticos olhos de saudade.
Sob o sepulcro mádido do esquecimento.
Piso insípido de oração e sacramento,
Lágrimas frias em quentes olhos afloram.
Esculturas clássicas descrevem o fado;
Vê-se tormenta em esculpida alegoria;
Medo de quem chora, riso de quem ria,
Ouve-se a fala de quem se há calado.
Paredes pintadas de descontentamento,
Que choro não há que se faça em riso;
Poder, argúcia, ópio ou autoridade
Que purgue o palacete do tormento...
É tudo uma lágrima a cair, um aviso
De uns sorumbáticos olhos de saudade.
janeiro 09, 2009
Perdido
- "Nada dói mais que nada ter".
Isto foi o que disseste, e disse.
Se tivesses que então dividisse,
Se não, não teria o que perder.
Pobre do coração que não teve
Que não teve sempre o que ter,
Que padeceu... Sem padecer!
Retendo cores, que não reteve.
Coração, coração triste e ledo...
Tua canção é triste como tua,
Tua tormenta de solidão crua,
Tua sina de paixão e tredo!
Teu silêncio à tua glória deteve!
E à míngua chorosa do teu enredo,
Vós que disseste – quase sem medo,
Que ter é melhor, jamais teve.
Isto foi o que disseste, e disse.
Se tivesses que então dividisse,
Se não, não teria o que perder.
Pobre do coração que não teve
Que não teve sempre o que ter,
Que padeceu... Sem padecer!
Retendo cores, que não reteve.
Coração, coração triste e ledo...
Tua canção é triste como tua,
Tua tormenta de solidão crua,
Tua sina de paixão e tredo!
Teu silêncio à tua glória deteve!
E à míngua chorosa do teu enredo,
Vós que disseste – quase sem medo,
Que ter é melhor, jamais teve.
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