Vejo assentos vazios na estação,
e o silêncio reverberando dos cantos!
Em todos olhos vejo tímidos prantos,
em todas faces vejo só lamentação.
Passam-se vagões, vários e tantos...
Ouço o ferro em brasa fervilhar,
Sinto o vento quente a deslizar...
Vejo os altares, mas não os santos.
Sento-me, e sinto perder a esperança!
Vão-se vagões, e outros estão a chegar,
continuo admirando a pobre e meiga dança,
dos vagões que vão e dos deixam-se ficar,
porém nenhum deles se me alcança...
pois meus olhos não vêm ninguém desembarcar.
~28/12/2009
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