Sobreveio o sorriso pouco sincero à boca.
Nos olhos uma funda percepção de alegria,
Como se um beijo aquecedor em noite fria,
Como se um grito alto e forte na voz roca.
Proeminente, na face alheia, boa-venturança,
Carregada nas costas do castigado moribundo,
Atributo – arlequim indiferente – dum mundo,
Atributo – arlequim prudente – duma matança.
Cadentes passos na solidão sustentavam a mente,
Castrando-a do pudor caquético, efêmero e ruim.
Constâncias na escuridão tornaram-na presente,
No caminho conducente ao sublimável varandim,
Vista aos lagos do rir e aos morros do contente,
Onde – perdida – achou o infinito dentro de mim.
abril 20, 2008
Infinito dentro de mim. Parte 5: Curare.
Eis – disse o pierrot – que surge a temeridade!
Naquela alma sem vício, coberta pela solidão,
O agreste compadecer germinou a retratação,
Representante – dizia o biltre – da mediocridade.
Dava-se por conformado, gerindo a alma à dor.
Condenou-se – sorria o pierrot – à infelicidade,
Concebida nos campos estéreis da maldade,
Consumida – lembrou o superego – no pavor.
Satisfeito por ter-se dado ao curare paliativo,
Cuja formula ofereceu-lhe ares de benjamim,
Requestou sua própria – num furor esquivo,
Solidão, que lho desejou num clamor sem fim!
Curando-o e conformando-o, num viver altivo,
Cujo veneno nasceu do infinito dentro de mim.
Naquela alma sem vício, coberta pela solidão,
O agreste compadecer germinou a retratação,
Representante – dizia o biltre – da mediocridade.
Dava-se por conformado, gerindo a alma à dor.
Condenou-se – sorria o pierrot – à infelicidade,
Concebida nos campos estéreis da maldade,
Consumida – lembrou o superego – no pavor.
Satisfeito por ter-se dado ao curare paliativo,
Cuja formula ofereceu-lhe ares de benjamim,
Requestou sua própria – num furor esquivo,
Solidão, que lho desejou num clamor sem fim!
Curando-o e conformando-o, num viver altivo,
Cujo veneno nasceu do infinito dentro de mim.
abril 19, 2008
Infinito dentro de mim. Parte 4: Conformação.
Espalhou-se, por sobre a sina, um nítido rancor.
Houvera quimeras de vivência em liberdade,
Soubera sentir, oportunamente, alguma saudade,
Das porções de sentimentos que lhe teve valor.
Verdes pastos por onde – o arlequim – andou,
Serviu de bolsa para o suco de suas perversidades.
Pois, quão mais nefastas tornaram as habilidades,
Mais nefastas eram as barbaridades que causou.
Lutou contra – este impiedoso ser – a solidão.
Derrotado foi onde a força encontrou o jasmim,
Porquanto, tinha medo absurdo em seu coração,
De perder-se enterrado num belíssimo jardim,
Onde se cultiva deslembranças, perdas e ilusão,
Onde não teria seu secreto infinito dentro de mim.
Houvera quimeras de vivência em liberdade,
Soubera sentir, oportunamente, alguma saudade,
Das porções de sentimentos que lhe teve valor.
Verdes pastos por onde – o arlequim – andou,
Serviu de bolsa para o suco de suas perversidades.
Pois, quão mais nefastas tornaram as habilidades,
Mais nefastas eram as barbaridades que causou.
Lutou contra – este impiedoso ser – a solidão.
Derrotado foi onde a força encontrou o jasmim,
Porquanto, tinha medo absurdo em seu coração,
De perder-se enterrado num belíssimo jardim,
Onde se cultiva deslembranças, perdas e ilusão,
Onde não teria seu secreto infinito dentro de mim.
Infinito dentro de mim. Parte 3: Cólera.
Ferido – o arlequim – subjugava a dolência.
Chovia daqueles olhos lágrimas escarlates,
Cuja alma dominava a dor, nos embates,
Mas não a cólera da ruinosa permanência.
Fugiu e no caminho lindeiro da ira e torpor,
Sentira a mágoa, no sentimento de perdição,
Embora dormente estivesse ao caos-solidão,
Embora continuasse vivo seu lívido ardor.
Atirou-se – o arlequim – sobre o érebo seu.
Não lhe havia Arcádia – pensou ad amusim,
Soçobrado o pilar, qual ruiu e frágil cedeu,
À toda sua maldição abastecida de mordexim,
Cuja obra – aos berros delirantes – se rendeu,
Aos insanáveis danos do infinito dentro de mim.
Chovia daqueles olhos lágrimas escarlates,
Cuja alma dominava a dor, nos embates,
Mas não a cólera da ruinosa permanência.
Fugiu e no caminho lindeiro da ira e torpor,
Sentira a mágoa, no sentimento de perdição,
Embora dormente estivesse ao caos-solidão,
Embora continuasse vivo seu lívido ardor.
Atirou-se – o arlequim – sobre o érebo seu.
Não lhe havia Arcádia – pensou ad amusim,
Soçobrado o pilar, qual ruiu e frágil cedeu,
À toda sua maldição abastecida de mordexim,
Cuja obra – aos berros delirantes – se rendeu,
Aos insanáveis danos do infinito dentro de mim.
Infinito dentro de mim. Parte 2: Castigo.
Enquanto durável é este breu que consome,
Tudo é pálido no indecifrável código de dor.
Corredores vermelhos, azuis e verdes sem cor,
Sentimentos famintos numa mente sem fome.
Dilacerado pelos martírios do olente fervor,
Qual derreteu as saudosas cirandas juvenis;
Disse ciclorama – nos palácios flores anis –,
- Alma inumerável se abastece no livor.
Ao ouvinte lobrigável: Das palavras bebeu?
Sentiste da fúria incendiaria? Pobre arlequim.
Dizia-lhe o castigo, que devidamente recebeu.
Lancinante dor – pelo o castigo – recebe, enfim.
E toma-te de juízo, saboreia da dor que escolheu,
Pois este é seu glorioso infinito dentro de mim.
Tudo é pálido no indecifrável código de dor.
Corredores vermelhos, azuis e verdes sem cor,
Sentimentos famintos numa mente sem fome.
Dilacerado pelos martírios do olente fervor,
Qual derreteu as saudosas cirandas juvenis;
Disse ciclorama – nos palácios flores anis –,
- Alma inumerável se abastece no livor.
Ao ouvinte lobrigável: Das palavras bebeu?
Sentiste da fúria incendiaria? Pobre arlequim.
Dizia-lhe o castigo, que devidamente recebeu.
Lancinante dor – pelo o castigo – recebe, enfim.
E toma-te de juízo, saboreia da dor que escolheu,
Pois este é seu glorioso infinito dentro de mim.
abril 18, 2008
Infinito dentro de mim. Parte 1: Confusão
Encabruado sentimento, qual razão inodora de sentir.
Constante inconstância de leves brisas e andanças.
Vendaval cósmico, sensações insensatas de lembranças.
Perdição por ódio que se permite sem querer permitir.
Constelações de saudade e lagos de solidão.
Tristezas de alegrias, paradoxos de alegorias.
Lágrimas fantasmas de falsas olarias.
Concretas imagens de abstrações na funda imensidão.
Negrume abismal se forma neste canto terno,
sob forma de luzes e cores, num espaço sem fim.
Teatros em chamas, quais queimam no inferno.
Coquetel místico ofertado por um serafim,
Tudo não passa de um dia longo de inverno.
Tudo não passa de um infinito dentro de mim.
Constante inconstância de leves brisas e andanças.
Vendaval cósmico, sensações insensatas de lembranças.
Perdição por ódio que se permite sem querer permitir.
Constelações de saudade e lagos de solidão.
Tristezas de alegrias, paradoxos de alegorias.
Lágrimas fantasmas de falsas olarias.
Concretas imagens de abstrações na funda imensidão.
Negrume abismal se forma neste canto terno,
sob forma de luzes e cores, num espaço sem fim.
Teatros em chamas, quais queimam no inferno.
Coquetel místico ofertado por um serafim,
Tudo não passa de um dia longo de inverno.
Tudo não passa de um infinito dentro de mim.
abril 12, 2008
Próxima distante
Aqui, nesta cidade, és meus olhos e frisos...
Neste recanto onde as aves tardam a voar,
Onde tudo que passa, deslembra de passar,
Onde não há dia, sem vossos púdicos sorrisos.
Marés de pensamentos brotam com o orvalho,
constantes e elevadas tal qual vossa sapiência,
moderada - nos recôncavos da mente - a prudência,
louvável - nas entranhas do corpo - o atalho.
E - nobre realeza, esculpida na alva ternura,
que do mádido rosto sorrisos breve cultivo -,
suas lembranças castigam o peito altivo,
n'outros olhos reflexo d'um ilusória loucura.
Proteja - Estrela luzente do norte - este miserável,
Em suas lidas e seus brandos regozijar de saudade,
cujo destino é estar longe do que lhe é prosperidade,
cuja vida é sentir-se em fogo ardil de tristeza afável.
Neste recanto onde as aves tardam a voar,
Onde tudo que passa, deslembra de passar,
Onde não há dia, sem vossos púdicos sorrisos.
Marés de pensamentos brotam com o orvalho,
constantes e elevadas tal qual vossa sapiência,
moderada - nos recôncavos da mente - a prudência,
louvável - nas entranhas do corpo - o atalho.
E - nobre realeza, esculpida na alva ternura,
que do mádido rosto sorrisos breve cultivo -,
suas lembranças castigam o peito altivo,
n'outros olhos reflexo d'um ilusória loucura.
Proteja - Estrela luzente do norte - este miserável,
Em suas lidas e seus brandos regozijar de saudade,
cujo destino é estar longe do que lhe é prosperidade,
cuja vida é sentir-se em fogo ardil de tristeza afável.
março 26, 2008
Suplicas de amor à solidão
Não ouvirieis o som lúbrico da ilusão.
Nem temeras, por toda sua sorte,
que o amor te leve branda e forte
a tocar tristonhas sonatas de paixão.
E na lúdica valsa, seus passos perderão,
quando tudo for coberto pela saudade...
e teu choro não mais pedir por piedade,
o compasso do adágio que lhe tocarão.
A voz será suprimida pelos sons do luar...
Que de lúxuria, a seu espirito cobrirão.
E onde as tuas chagas lhe fizer chorar,
Sentir-se-á longe do sentimento truão...
Rogando estar nos cânticos do amar,
Rogando esquecer-se por viver na solidão.
Nem temeras, por toda sua sorte,
que o amor te leve branda e forte
a tocar tristonhas sonatas de paixão.
E na lúdica valsa, seus passos perderão,
quando tudo for coberto pela saudade...
e teu choro não mais pedir por piedade,
o compasso do adágio que lhe tocarão.
A voz será suprimida pelos sons do luar...
Que de lúxuria, a seu espirito cobrirão.
E onde as tuas chagas lhe fizer chorar,
Sentir-se-á longe do sentimento truão...
Rogando estar nos cânticos do amar,
Rogando esquecer-se por viver na solidão.
março 18, 2008
Uns olhos
Noite quando os olhos escuros se deitam,
vermelhos pelo rio em cachoreira a jorrar,
Na face pura, no beijo ardente a implorar,
Pelas lágrimas em que os lábios deleitam.
Olhos, com que profundidade se proclama?
Sutis e abertos como brasa em fogueira.
Cruel alma perdida, sombra guerreira!
Imenso fogo árdil que em mar se derrama.
Olhos, o que me mostras do seu temor?
Tua temeridade eterna em fluente tilintar
Teu suco sosso enche a alma de clamor...
Teu canto, tua alegoria é se lamentar,
Numa execração constituida de amor,
Numa valsa de solidão que finge cantar.
vermelhos pelo rio em cachoreira a jorrar,
Na face pura, no beijo ardente a implorar,
Pelas lágrimas em que os lábios deleitam.
Olhos, com que profundidade se proclama?
Sutis e abertos como brasa em fogueira.
Cruel alma perdida, sombra guerreira!
Imenso fogo árdil que em mar se derrama.
Olhos, o que me mostras do seu temor?
Tua temeridade eterna em fluente tilintar
Teu suco sosso enche a alma de clamor...
Teu canto, tua alegoria é se lamentar,
Numa execração constituida de amor,
Numa valsa de solidão que finge cantar.
março 04, 2008
Puros Olhos.
Por seus puros olhos vejo o sol brilhar,
Vejo o tempo em tua alma se perder
O dia sem brilho em lamúria fenecer,
E um sorriso em teu rosto tudo restaurar.
E no findar, quando do dia expandir,
A beleza que vi outrora em tudo renascer
Será o caminho justo e curto do querer
Do acalmar, do dizer e do sentir.
E já quando tudo for límpido e puro
Temeremos um sorriso breve a luminar
Uma beleza alva, que apagará o escuro,
Fazendo rubras flores cálidas brotar,
Graciosas do lábio inerme e maduro,
Da imagem d'um anjo no tibioso pensar.
Vejo o tempo em tua alma se perder
O dia sem brilho em lamúria fenecer,
E um sorriso em teu rosto tudo restaurar.
E no findar, quando do dia expandir,
A beleza que vi outrora em tudo renascer
Será o caminho justo e curto do querer
Do acalmar, do dizer e do sentir.
E já quando tudo for límpido e puro
Temeremos um sorriso breve a luminar
Uma beleza alva, que apagará o escuro,
Fazendo rubras flores cálidas brotar,
Graciosas do lábio inerme e maduro,
Da imagem d'um anjo no tibioso pensar.
fevereiro 28, 2008
Discurso sobre a saudade!
Já muito me disseram sobre a saudade.
E muito já ouvi sobre o esquecimento?
Para mim é tudo uma viva suavidade,
e é uma chama rubra em sentimento.
Longe, tudo que passa é um tormento,
lagos azuis sem passaros a cantar,
é o sol sem brilho, noite sem luar
é querer sem poder, sem intento.
Nos vales da distância e da tristeza
quiseram suprimir o sol de outrora,
e tudo mais que um dia foi beleza,
que ainda é neste instante, agora,
saudade, engenhozidade, proeza...
em mim, desde que fostes embora.
E muito já ouvi sobre o esquecimento?
Para mim é tudo uma viva suavidade,
e é uma chama rubra em sentimento.
Longe, tudo que passa é um tormento,
lagos azuis sem passaros a cantar,
é o sol sem brilho, noite sem luar
é querer sem poder, sem intento.
Nos vales da distância e da tristeza
quiseram suprimir o sol de outrora,
e tudo mais que um dia foi beleza,
que ainda é neste instante, agora,
saudade, engenhozidade, proeza...
em mim, desde que fostes embora.
fevereiro 17, 2008
Castigo
Se de vida vejo apenas estreita separação,
corpos e almas em desespero repentino,
caminhos vagos num mar de desatinho,
um céu sem estrelas num canto sem duração.
Flores desbotadas sob um chão sem cor,
dias sem sol, e sol sem nenhum trovão.
Noites frias, esquecidas pela escuridão,
rosto pálido, olho ofuscado pela dor.
É tudo que passa um sordido tormento,
um quê tristeza que machuca o coração,
é um tal barulho que se faz pensamento,
uma vida vazia regada por uma maldição.
São fatos recordados pelo esquecimento,
são castigos do amor em plena superação.
corpos e almas em desespero repentino,
caminhos vagos num mar de desatinho,
um céu sem estrelas num canto sem duração.
Flores desbotadas sob um chão sem cor,
dias sem sol, e sol sem nenhum trovão.
Noites frias, esquecidas pela escuridão,
rosto pálido, olho ofuscado pela dor.
É tudo que passa um sordido tormento,
um quê tristeza que machuca o coração,
é um tal barulho que se faz pensamento,
uma vida vazia regada por uma maldição.
São fatos recordados pelo esquecimento,
são castigos do amor em plena superação.
fevereiro 16, 2008
Anjo Triste. Parte I
Ó anjo triste, tiraram-te as asas ao nascer
e deram-te pés para que aprendesse andar,
e no singelo corpo humano, a sorrir e cantar,
tornasse-se um ser-deus, a viver e padecer.
Nascido sem asas ao relento escondia a tibieza,
vivia a mercê de seu destino cruel e medonho,
o mundo foi-te como um pesadelo num sonho,
que dava-te os ares mais quentes d'uma frieza.
Aprendera, triste anjo, a ser um humano alado,
Aprendera a voar sem asas e também sem vento,
Aprendera que a tristeza é para se sofrer calado,
Aprendera que para se viver depende de intento,
Aprendera que tudo é um dia, e um dia é um fado,
Aprendera, por fim, que a vida humana é sofrimento.
e deram-te pés para que aprendesse andar,
e no singelo corpo humano, a sorrir e cantar,
tornasse-se um ser-deus, a viver e padecer.
Nascido sem asas ao relento escondia a tibieza,
vivia a mercê de seu destino cruel e medonho,
o mundo foi-te como um pesadelo num sonho,
que dava-te os ares mais quentes d'uma frieza.
Aprendera, triste anjo, a ser um humano alado,
Aprendera a voar sem asas e também sem vento,
Aprendera que a tristeza é para se sofrer calado,
Aprendera que para se viver depende de intento,
Aprendera que tudo é um dia, e um dia é um fado,
Aprendera, por fim, que a vida humana é sofrimento.
Amar é...
[Mote]
Amar é... o caminho irreversível para ilusão;
Amar é... esquecer, lembrando só daquela;
Amar é... durmir a pensar nos olhos dela;
Amar é... viver sem ter vivido uma só razão...
[Poema]
Quem de amor não perde os laços e a razão,
deixando-se levar ao longe onde o mundo acabe,
de olhos fechados, pensando, pois diz e sabe:
Amar é... o caminho irreversível para ilusão;
Envolto em chamas, que em mil anos ainda gela,
e através dos caminhos longos e desventurados,
só escuta sons de vozes que cantam abafados:
Amar é... esquecer, lembrando só daquela;
E nos descasos do destino que alma ao amor atrela,
dorme, e em sonho esqueçe os temores que lhe esteia,
vendo um mar de rosas que desenham junto a areia:
Amar é... durmir a pensar nos olhos dela;
Mas se de saudoso sentimento tudo lhe é emoção,
tudo é vida, tudo é sorte, neste ambiente a surtar,
não se cala e envolve-se a alma num furor a gritar:
Amar é... viver sem ter vivido uma só razão...
Amar é... o caminho irreversível para ilusão;
Amar é... esquecer, lembrando só daquela;
Amar é... durmir a pensar nos olhos dela;
Amar é... viver sem ter vivido uma só razão...
[Poema]
Quem de amor não perde os laços e a razão,
deixando-se levar ao longe onde o mundo acabe,
de olhos fechados, pensando, pois diz e sabe:
Amar é... o caminho irreversível para ilusão;
Envolto em chamas, que em mil anos ainda gela,
e através dos caminhos longos e desventurados,
só escuta sons de vozes que cantam abafados:
Amar é... esquecer, lembrando só daquela;
E nos descasos do destino que alma ao amor atrela,
dorme, e em sonho esqueçe os temores que lhe esteia,
vendo um mar de rosas que desenham junto a areia:
Amar é... durmir a pensar nos olhos dela;
Mas se de saudoso sentimento tudo lhe é emoção,
tudo é vida, tudo é sorte, neste ambiente a surtar,
não se cala e envolve-se a alma num furor a gritar:
Amar é... viver sem ter vivido uma só razão...
O que é...
Se me perguntar, a esmo, o que é amor,
não responder-lhe-ia isto rapidamente,
deixaria no peito brotar aquela semente,
para sentir, primeiro, o que chamam dor.
Se me perguntar, a esmo, o que é saudade,
pensaria no mundo onde habita ilusão,
No horizonte onde existe medo e solidão,
para sentir, primeiro, o que chamam verdade.
Mas se me pergutar, a esmo, o que é vida,
responder-lhe-ei, desde já, que é sofrimento,
Um palor no peito um tal descontentamento,
Que mata, maltrata e que crava ferida,
No peito deste ser inepto e truão,
que vive a mercê do mundo da imensidão.
não responder-lhe-ia isto rapidamente,
deixaria no peito brotar aquela semente,
para sentir, primeiro, o que chamam dor.
Se me perguntar, a esmo, o que é saudade,
pensaria no mundo onde habita ilusão,
No horizonte onde existe medo e solidão,
para sentir, primeiro, o que chamam verdade.
Mas se me pergutar, a esmo, o que é vida,
responder-lhe-ei, desde já, que é sofrimento,
Um palor no peito um tal descontentamento,
Que mata, maltrata e que crava ferida,
No peito deste ser inepto e truão,
que vive a mercê do mundo da imensidão.
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